Resumo do Texto: "Elaborando o primeiro manuscrito", parte integrante do livro: "Metodologia Científica para Principiantes".
Por: João Paulo Meira Marinho
O passo inicial, na elaboração de um primeiro manuscrito, é o de se delinear a problemática, ou seja, o contexto em que o problema será estudado. Este contexto é o ambiente onde o objeto de estudo está incluído.
Não se pode confundir problema e problemática, sob o risco de ter o seu trabalho desacreditado. Se o leitor notar que o autor do trabalho está confundindo estes dois elementos, pode-se gerar desconfiança sobre a origem dos dados e a idoneidade do escritor, ficando o trabalho obscuro, pois se confunde objeto de estudo com o próprio estudo do objeto. Desta feita, convém afirmar que problema é o foco descrito pela problemática. É o objeto do estudo. Já a problemática é o ambiente, ou seja o meio em que está inserido o objeto do estudo (o problema). Além disso, estes dois elementos devem estar descritos de forma clara e precisa para não confundir o leitor.
Para que o texto produzido, tenha sentido, é preciso que o escritor, identifique problemas, pois é através da identificação precisa de problemas que ele irá refletir longamente, antes de iniciar o seu ensaio. Este ponto é fundamental no processo de produção do trabalho a ser escrito.
É importante também lembrar que ao enfocar o problema, o escritor estará informando ao leitor, qual a sua ocupação naquele texto. Também vale observar que numa mesma problemática (contexto), haverá diversos problemas, e entre estes o escritor terá que selecionar um ou mais, para que possa resolvê-los em seu trabalho. Nenhum ensaio pode ser produzido sem estar vinculado a uma temática específica.
Mas como se seleciona os problemas mais relevantes ao trabalho, dada a quantia enorme de problemas que se apresentam em um contexto?
Segundo o autor deste trabalho, não há critérios muito rígidos sobre a escolha e solução para os problemas a serem estudados. Desta maneira é apresentado no texto algumas perguntas-pistas, que o escritor deve se fazer ao identificar a problemática e alguns problemas.
A seguir duas destas perguntas:
- "Em que medida o problema está claramente identificado para todos?"
- Qual a importância da minha solução?"
Outro aspecto fundamental ao se produzir um manuscrito é o de apresentar justificativas, ou seja, apontar razões da existência do ensaio (texto). Motivos que apresentem a finalidade dele ter sido produzido. Em outras palavras é o para quê e não o por quê de se fazer este trabalho. E aí, neste aspecto, dois detalhes são importantes a se considerar:
- O trabalho se faz necessário (e portanto se justifica) na medida em que busca explicações, testa um modelo, ou é parecido com um protótipo específico?
- O trabalho é a justificativa do autor, porque gosta do tema, ou porque o professor pediu que ele fizesse o mesmo, desenvolvendo-o à sua maneira, ou algo deste tipo?
O teor do argumento e da análise proposta é o momento em que o escritor irá considerar as seguintes definições:
- Argumento é a explicação que se tem para trabalhar os dados;
- Análise é a forma de avaliação que será usada.
Enquanto o argumento ajuda o escritor a criar as frases em torno de um objeto abstrato embutido no texto, a análise disseca a realidade do objeto para que, ao desvendar as partes, se forme o todo que está sendo construído pelo argumento.
A menos que o texto seja muito extenso (livro por exemplo), deve-se usar mais de um argumento, para que o leitor alcance a verdadeira posição relativa do autor.
A análise agrega então as pequenas partes (argumentos) que vão formando a coerência do todo. Ambos os elementos são partes integrantes, indispensáveis e inseparáveis de um texto científico.
Finalmente, o bom trabalho científico deverá apresentar ao seu final, as conclusões & recomendações. A conclusão deve ser breve, recapitulando-se as ideias principais formando um todo coerente. Nesta fase, deve-se reforçar os principais argumentos de maneira concisa, clara e objetiva.
O leitor não tem que desculpá-lo por nada; se o seu trabalho não está pronto, não merece ser lido ou publicado, e é você e não o leitor o melhor juiz. Por isso, não se sinta acanhado, não explique ou justifique-se pelo que não escreveu.
"No trabalho escrito não há muito espaço para humildade, mas nem por isto, se deve confundir aplicabilidade com arrogância. A arrogância surge a partir da forma como se tenta embutir a humildade, isto é, ela pode ser agressiva ou extremamente pretensiosa, apesar de estar afirmando que é um modesto ensaio. outra coisa é a aplicabilidade, que mostra as limitações de seu trabalho, de suas proposições ou soluções. Confundir as duas coisas (arrogância e aplicabilidade) é perder a dimensão do escopo do que se está propondo e o alcance de suas propostas." (CARMO-NETO, 1996 - P. 128)
Referência:
CARMO NETO, Dionísio. Metodologia Científica para principiantes. 3ª edição. Salvador: American World University Press, 1996. Páginas 117 a 1333.
Obs: como a proposta foi produzir um "Resumo" sobre o texto "Elaborando o primeiro manuscrito", parte integrante do livro acima mencionado, convém ressaltar que há no material origem deste resumo, perguntas orientadoras e exemplos diversos, que não caberiam ser descritos pela proposta específica e limitada desta produção. Recomendo que se você busca escrever com qualidade e eficiência, procure ler o texto na íntegra, sendo melhor ainda, a leitura da obra completa, por apresentar propostas práticas de elaboração de trabalhos científicos.
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